top of page

A MORTE ANUNCIADA

  • Foto do escritor: SRamalho
    SRamalho
  • 10 de jul. de 2021
  • 5 min de leitura

Aqui mesmo neste espaço em 17 de abri de 2021 eu escrevi “O MODISMO E O TRISTE FIM DA FORD MOTOR”, onde eu falei sobre “parada no tempo” da Ford Motor com demais carros populares e de passeios, fazendo com que a empresa resolvesse fechar suas atividades de produção automotiva no Brasil, não que isso tenha sido ruim para a Empresa, pois com a importação de carro de luxo, há a possibilidade de se lucrar mais em solos brasileiro que outrora produzindo em terras tupiniquins.


Aqui, vou abordar algo similar; vamos aos fatos:


No início dos anos 1990, com a abertura de mercado, proporcionado pelo Governo Fernando Collor de Mello, fez com que a indústria automotiva Nacional desse um alto no tempo e renovasse suas frotas para não ficarem para trás diante dos importados.


As quatro grandes nacionais, Ford Motor com Fiesta, Escort sedan e hatch, Verona, Pampa, Courrier, e o ainda resistente Versalhes; a Fiat com Tempra, Tempra SW, Marea, Tipo, Uno, Fiorino, Tempra e o Prêmio; General Motors (Chevrolet) com Pick-Up Corsa, Corsa hatch, sedan e wagon, Ômega, Ômega Suprema, Kadet, Monza e Vectra; a Volkswagen com Gol, Parati, Saveiro, Santana e Santana Quantum.


Essas quatro montadoras, que produziam carros populares, em cada um desse modelos mencionados, apresentavam variações desses modelos, com uma gama de carros populares para todo tipo e gosto de consumidor. Lembro que a Volkswagen tinha umas dez variações do Gol, o carro mais vendido em solo brasileiro.


Hoje, fazendo uma pequena análise, vi e percebo que o carro popular, tão difundido no Brasil, está com dias contados.


Podemos mencionar hoje as seguintes montadoras: CAOA, Hyundai, Suzuki, Mitsubishi, Fiat, Citroën, Peugeot, Nissan, Renault, Volkswagen, Volvo, Jeep, Chevrolet, Honda e Toyota, as que me lembro agora.


A CAOA não produz carro popular, tem apenas os SUV´s da família Tiggo: Tiggo, Tiggo 2, Tiggo X e Tiggo 5X; a Hyundai tem os populares HB20 hatch e sedan e seu SUV e carro chefe da companhia, o Creta; a Suzuki te apenas o jipinho Jimny; A Mitsubishi tem a Pajero, a L200 e o SUV ASX; A Fiat tem os populares Mobi e o Argo, este não tão popular mais, além da Toro, Fiorino, Estrada e Cronos, há na companhia a idéia de transformar o Argo num MINI SUV; a Citroën tem apenas o C4 Cactus; a Peugeot tem o seu 208 que hoje é mais um SUV sem ter frequentado academia; a Nissan tem a Frontier, Versa o seu SUV Kicks; a Renault tem o popular Kwuid, o Logan e Sandero, não tão populares mais, a Pick-Up Duster Oroch e seus dois SUV´s Duster e Captur; a Volksvagen com o ainda popular Gol, Saveiro, Polo, Fox e Voyage (esses quatro na eminência de saírem de linha), Virtus e Nivus, Amarok e os SUV´s Taos, T-Cross e Tiguan; a Volvo com o SUV XC60; a Jeep com os SUV´s Compass e Renegade; a Chevrolet com Joy e Joy Plus (seus populares), S10, Montana, Blazer, Onyx, Cruzer hatch e sedan e seus SUV´s Spin, Equinox e Tracker; a Honda com ao ainda Civc (sairá de linha ao final de 2021), City e seus SUV´s WR-V, HR-V, CR-V e o Fit, que sairá de linha; e por fim a Toyota com a Hilux, Corolla e agora o SUV Corolla Cross.


Nos anos 1990, as quatro montadoras nacionais ofereciam algo em torno de 20 carros tidos como populares; hoje temos quinze montadoras e pasmem, existe apenas 8 carros tidos como populares. Por sua vez, os chamados SUV´s, febre no momento, temos 25 ofertas no mercado.

Como se pode ver, nos últimos anos, houve um crescimento exacerbado dos SUV´s, fato que fez a Ford Motor desistir de produzir no Brasil; e se formos dá uma volta pela cidade com bastante atenção iremos ver como ó circula SUV´s.


Por sua vez, os populares novos, pouco se ver rodando nas ruas, dado os números acima citados.


Nosso mercado automobilístico está se voltando para os chamados clientes premium, o que a Ford Motor resolveu fazer ao encerrar as atividades de produção veicular no Brasil.


A cada dia os carros ficam mais caros e um pequeno grupo tem condições de realmente pagar por tais produtos impagáveis.


Essas ações, a médio prazo terá reflexo no mercado financeiro por ser um ciclo vicioso; senão vejamos: com menos consumidores, pois os bancos não irão fornecer crédito para a classe média adquirir veículos caros.


Sem esses consumidores, os bancos tendem a aumentar suas taxas de juros para compensar essa fatia perdida.


Precisamos de um empreendedor automobilístico com a visão de Henry Ford; quando ele instituiu a sua chamada Linha de Produção, a sua idéia era fabricar e vender carros para a população e que seus carros deveriam custar no máximo U$ 1.000,00 (mil dólares) e que na sua visão, era mais lucrativo vender carros mais baratos para atingir um maior número de compradores ao invés de vender carros mais caros para um pequeno número de compradores; os seus investidores, ávidos por lucros, discordaram e destituíram Henry Ford da presidência da companhia e passaram a vender carros bem mais caros que o real custo de produção.


Estamos retrocedendo para esta época, pois a indústria está produzindo carros para serem vendidos a um pequeno e seleto grupo de consumidores ao invés de investir em um maior público consumidor que é a classe média.


A própria indústria automobilística, começará em breve uma onde de demissões, pois as poucas vendas n]ao serão suficientes para manter os padrões atuais, lembro mais uma vez o caso de Ford Motor, que inclusive irá diminuir a sua rede de concessionários em mais de setenta por cento em nosso território.


Nem sempre a tendência do mercado salva o próprio mercado, pois, a meu ver, num futuro bem próximo teremos virado uma Cuba automotiva, onde a grande maioria da população possuirá carro antigos, meio que caindo aos pedaços e parados no tempo.


O quadro acima citado parece pessimista ou no mínimo fora da realidade, mas infelizmente, se formos parar para ver as consequências das práticas atuais é nada menos que este sombrio futuro para nossa indústria automotiva.


Lembro ainda que a Audi, Ford Motor, Mercedes-Benz, Alfa Romeo e Mahindra desistiram de produzir no Brasil por não terem consumidores para seus produtos.


Pela relação de veículos produzidos aqui, já podemos dizer que a Peugeot irá deixar nosso país o mais rápido possível, pois ela não conseguirá sobreviver fabricando apenas um único modelo, como mencionado acima. Neste caso, há ainda de se mencionar que após a fusão da PSA e com o Grupo FCA da Fiat, há um certo descontentamento dos concessionários, uma vez que dizem que o Grupo Fiat (PSA) tem favorecido os automóveis de suas marcas originárias e que gradativamente haverá uma redução nas revendas, passando a vender a marca Peugeot junto com as marcas da Fiat.


Fiquemos aqui para ver como se comportará nosso mercado no futuro próximo, e se eu pudesse falar com os representantes de todas essas montadoras no Brasil, eu lhes diria que “O ÚLTIMO A SAIR APAGA A LUZ”.





José Salatiel Cordeiro Ramalho

Bacharel em Direito e em História com Pós-Graduação em História do Brasil

Gr.˙. 17

10 de Julho de 2021




 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
A IMORALIDADE LEGALIZADA

Para quem gosta de cinema, aconselho que assista, após a leitura deste texto, o filme americano “DAVE – PRESIDENTE POR UM DIA”; o filme é...

 
 
 
O PADRE AMARO DO BRASIL

Este texto eu comecei a escrever no dia 08 de setembro, mas por questões de outras demandas e por motivos de trabalho, acabei deixando-o...

 
 
 

Comentários


Post: Blog2_Post

©2021 por SRamalho. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page