COMBATENDO A CORRUPÇÃO

“Quando eu era criança pequena em Barbacena” (Seu Joselino Barbacena), mas quando eu era criança, sempre ouvia minha mãe dizer “O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO QUER VER”.

Na época dos governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) Dilma Husselff (2011-2016), sempre que aparecia uma notícia de alguma falcatrua, desvio de verbas, corrupção ou similar, seus partidários políticos e também os eleitores fanáticos desses presidentes os defendiam com unhas e dentes por sua atuação como governantes, arrotando as pseudo-honestidades existentes em seus governos e pessoas.

Esta semana, uma amiga, a quem admiro, como AMIGA, fez uma publicação em uma de suas redes sociais se gabando pelo fato de estarmos em 900 dias, SEM CORRUPÇÃO, do Governo Bolsonaro.

Esta informação me fez curioso para tentar fazer um levantamento dos casos mencionados na imprensa que relacionam, de alguma forma, ao governo federal atual, senão vejamos alguns:

1 – Interferência na Polícia Federal – O Presidente é investigado por corrupção passiva privilegiada, advocacia administrativa, obstrução de justiça, falsidade ideológica e coação no curso do processo: neste caso a suspeita é que o presidente interferiu no comando da Polícia Federal do Rio de Janeiro para proteger amigos e familiares de investigação, inclusive do seu primeiro filho;

2 – Verbas publicitárias – O Secretário de Comunicação da Presidência da República Fábio Wajngarten é investigado por corrupção passiva, peculato (desvio de dinheiro) e advocacia administrativa: o Secretário investigado possui empresa que atende emissoras de TV, que recebem verbas de publicidade da Secretaria comandada por ele.

3 – Laranjal – O Ministro do Turismo (Marcelo Álvaro) é investigado por apropriação indébita de recurso eleitorais, falsidade ideológica e associação criminosa: o Ministério Público acusa o Ministro de participar de esquema de desvio de verbas eleitorais com candidaturas de mulheres nas eleições de 2018, que funcionavam como LARANJAS;

4 – Caixa 2 na JBS – Gabinete de Transição, Ministro Chefe da Casa Civil, Ministro da Cidadania e Secretário Geral da Presidência da República, Onyx Lorenzoni confessou que recebeu R$ 300 mil reais (trezentos mil) a título de caixa 2 da JBS nas eleições de 2012 e 2014, como punição, o SUPER MINISTRO DE TUDO foi beneficiado por uma Lei aprovada pelo próprio governo Bolsonaro que autoriza fazer acordo em caso de corrupção e se pagar uma multa. Neste caso o SUPER MINISTRO DE TUDO pagou uma multa de R$ 189 mil reais, isso mesmo, ele pagou um pouco mais da metade daquilo que ele mesmo admitiu que recebeu de caixa 2 e ficou livre;

5 – Fraude e Mineração – Improbidade administrativa: a Justiça condenou o Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles por improbidade administrativa em fraude no plano de manejo de áreas de proteção ambiental para beneficiar empresas de mineração ligadas à FIESP;

6 – Exportação ilegal de madeira – Improbidade administrativa: o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mais uma vez, é investigado como suspeito de envolvimento na exportação ilegal de madeira, tendo inclusive envolvido o escritório de advocacia em que ele é sócio junto com sua mãe. A Ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, determinou a apreensão do passaporte com receio da saída do Ministro do País; já no dia 23 de junho de 2021 o Ministro pediu demissão do cargo após obter informação de que o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Morais, iria pedir sua prisão, ao pedir demissão o Ministro se livraria da prisão, uma vez que obriga o Ministro Alexandre de Morais a envia o inquérito para Primeira Instância, pois o Ministro Salles perde o foro privilegiado;

7 – Desvio de dinheiro (peculato) e organização criminosa – O Senador Chico Rodrigues, vice-líder do Governo no Senado é suspeito de desviar dinheiro usado para combate ao coronavírus; a Polícia Federal encontrou mais de R$ 30 mil reais na cueca do senador;

8 – Venda de Usina, corrupção e lavagem de dinheiro – O líder do Governo na Câmara dos Deputados, deputado federal Ricardo Barros, é investigado pela polícia civil do Paraná por ter recebido R$ 5 milhões de reais de executivos da Queiroz Galvão para intermediar a venda de usina eólica à estatal de energia daquele Estado; em depoimento à CPI da Covid-19, o deputado federal Luís Miranda e seu irmão que é servidor concursado do Ministério da Saúde apontaram que o Líder do Governo na Câmara foi indicado pelo próprio Presidente da República como sendo o suposto envolvido nas pressões para se aprovar a todo custo a compra da vacina COVAXIN, um contrato intermediado por uma empresa brasileira que só existe em um paraíso fiscal e que as vacinas compradas teriam preços 3 vezes mais que as demais vacinas homologadas. Este caso, da COVAXIN, ainda será investigado, mas liga o Presidente da República a suposto crime de prevaricação, pois ao saber deste suposto crime do seu Líder na Câmara dos Deputados, nada fez.

Esses no campo relacionado a dinheiro público, temos outros casos envolvendo o Governo Federal ou alguém próximo:

1 – CPMI da fake News – Dois filhos do Presidente (Carlos e Eduardo) são investigados pela CPMI das Fake News, onde os filhos do Presidente foram apontados como disseminadores de notícias falsas na internet para prejudicar adversários políticos, inclusive a deputada federal e ex-líder do governo federal na Câmara dos Deputados, Joice Hasselmann que apresentou um dossiê à Comissão em que acusa os irmãos de impulsionar ataques nas redes sociais;

2 – Inquérito das fake News – O Supremo Tribunal Federal determinou a abertura de investigação sobre ataques a membro da Corte e do Congresso Nacional após informações colhidas pela CPMI das Fake News, neste caso os investigados sãos os dois filhos do Presidente, o Deputado Federal Daniel Silveira que está preso e é amigo dos filhos do Presidente, dentre outras pessoas de menor destaque;

3 – Investigação de ato pró-golpe – o Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Morais determinou, a pedido do Procurador Geral da República Augusto Aras, abertura de investigação de atos que atentavam contra da democracia e em defesa do AI-5, neste caso os investigados são os filhos do Presidente, o deputado federal Daniel Silveira e outra pessoas de menor destaque;

4 – Caso Queiroz – amigo do Presidente da República e ex-assessor do filho do Presidente na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Flávio, é acusado de participar de um esquema que ficou conhecido como RACHADINHA, onde os servidores do gabinete do deputado Flávio Bolsonaro tinham a obrigação de repassar parte do seu salário em benefício do deputado, as investigações apontam mais de R$ 1,2 milhão de reais entre janeiro de 2016 a janeiro de 2017.

Esse são os casos que estão diretamente ligados ao período após 1º de janeiro de 2019 quando o atual Presidente assumiu a Presidência da República, pois ainda temos o caso da “Wal do Açaí”, que era comerciante de açaí em Angra dos Reis no Rio de Janeiro, e que ao mesmo tempo era funcionária lotada em Brasília no gabinete do então Deputado Federal Jair Messias Bolsonaro; as investigações apontaram que ela nunca trabalhou em Brasília e que recebia salário da Câmara dos Deputados com verba do referido gabinete.

Como se vê, o atual Presidente da República, quando era candidato, empunhou a bandeira de combater a corrupção, um mal que assola nossa sociedade, mas que ao chegar ao poder as práticas tem sido contrárias a seu discurso de candidato.

Para finalizar, lembro mais uma vez de uma frase da minha mãe que é “FAÇA O QUE FALO, MAS NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO”; assim tem sido o atual governo que a cada dia acumula decepções e decepciona o eleitorado que o elegeu como sendo aquele que seria o salvador da Pátria, ledo engano.

José Salatiel Cordeiro Ramalho

Bacharel em Direito e em História com Pós-Graduação em História do Brasil

Gr.˙. 17

03 de Julho de 2021