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QUE PAÍS É ESSE?

  • Foto do escritor: SRamalho
    SRamalho
  • 5 de jun. de 2021
  • 6 min de leitura

Eu nunca viajei para fora do Brasil, tenho vontade? Sim! Vou fazer uma viagem desse tipo algum dia? Tenho certeza que não! Já que não tenho esta perspectiva, busco conhecer alguns países através de suas culturas e povos, fotos, vídeos e relatos de alguns amigos e conhecidos que já viajaram para fora do país.


Nesta segunda-feira dia 31 de maio de 2021, vi uma reportagem que me chamou atenção para vermos a QUALIDADE de pessoas que temos no nosso país, notadamente a destreza de nossos governantes.


Numa reflexão rápida, pude fazer uma analogia entre nós, Brasil, e alguns países, e irei compartilhar com vocês agora.


Nossa arquirrival no futebol, a Argentina é um país que em sua quase totalidade não possui pessoas negras; racismo dos argentinos? Não!


O fato é que a Argentina foi o único país da América do Sul e Central que não utilizou mão-de-obra escrava quando do período colonial, em especial da África, como foi feito com os demais países, inclusive nós brasileiros que utilizamos mão-de-obra escrava e africana de 1510 até por volta do ano de 1900, isso mesmo, o ano de MIL E NOVECENTOS, pois mesmo com a Lei Áurea de 1888, muitos que aqui eram escravos continuaram escravos por muitos e muitos mais anos.

E, mesmo assim, nos dias de hoje, em pleno século XXI, não é raro vermos reportagens falando sobre encontrar pessoas trabalhando em condições análoga à escravidão, ou seja, a Lei Áurea ainda está sendo descumprida.


Sei também, que os ingleses, com suas verdadeiras gentilezas, mal fazem uso da buzina automotiva em seus carros, pois reclamar do seu semelhante no trânsito é reclamar de si mesmo; tudo bem que tenho certeza que lá também tem suas exceções, com motoristas mal-educados; mas aqui no Brasil, se você pára seu carro para ajudar alguém a atravessar a rua ou até mesmo para ser gentil e deixar um outro carro entrar a sua frente, logo temos uma coleção de buzinaços, pois “você está atrapalhando o trânsito e vida daquela pessoa”.


Nos Estados Unidos, com todos os seus defeitos, como todo e qualquer país, eles têm um patriotismo de fazer inveja até mesmo aos mais patrióticos que possam existir.


Lá, o Dia dos Veteranos, o Memorium Day (dia 31 de junho), o Dia da Independência; são eventos comemorados com o mais profundo sentimento de patriotismo por cada um dos cidadãos que buscam homenagear e reverenciar os antepassados que tanto lutaram para formar àquele país.


Aqui no Brasil o Dia da Independência, Proclamação da República e demais datas comemorativas são lembradas, apenas por que nós queremos ficar em casa sem ter que ir trabalhar, por causa do feriado.


Que valor estamos dando a estas datas? Nenhum!


O Japão, país milenar que viveu caos por alguns séculos e só se transformou na potência que é hoje graças a acordar e ver que o futuro da sociedade estava no presente; digo no presente por que eles enxergaram que era investindo na sociedade de hoje que teriam uma sociedade melhor no futuro mais justa.


Já nós pensamos o seguinte: “POR QUE EU VOU FAZER ALGO HOJE SE DAQUI HÁ 40 ANOS OU MAIS EU NÃO VOU ESTÁ MAIS VIVO?”


Ledo engano nosso. Daqui há 40 anos ou mais vai ter meu filho, meu neto; e até mesmo o filho do meu vizinho, o neto do meu vizinho, ou seja, os meus semelhantes que construirão o seu presente para forma o futuro.


A Suíça e Suécia, países que viram que o futuro da sociedade seria garantido com educação de qualidade no presente; para se formar cidadão mais conscientes e que possam engrandecer mais as nações que vão deixar para seus semelhantes.


Nós não vemos educação como prioridade, pois para nossos governantes, EM TODOS OS ÂMBITOS, quanto menos instruído for o povo, mais fácil de se fazer manobras e mais fácil será conduzi-los tal qual se faz e sempre fizeram com as boiadas de duas patas e sem chifres por todos esses anos de nossa existência.


Brincadeiras à parte, mas não me assustou quando sua Santidade o Papa falou sobre nós brasileiros “Vocês não têm salvação. É muita cachaça e pouca oração”.


Ele esqueceu de menciona, DIRETAMENTE, que seria muito CARNAVAL e FUTEBOL também; sem bem que estes dois temas estão bem arraigados a muita cachaça dita pelo Pontífice.


Foi uma brincadeira do Santo Padre? Foi! É uma verdade isso que ele falou? Sim com certeza, vou lhes mostrar pelo que já falei e pelo que irei acrescentar agora.


Em 2016, quando ninguém ainda sonhava com Pandemia de Covid-19, a Confederação Sul-americana de Futebol escolheu que no ano de 2021, no mês de junho, sua competição de seleções seria realizada na Argentina e na Colômbia de forma conjunta e simultânea.


Chegado o ano de 2021 a Colômbia se retirou da competição por questões políticas locais e da Pandemia de Covid-19 que se alastra por aquele país.


A referida Confederação resolveu manter a competição em solo argentino, mesmo com aquele país também sendo assolado pela pandemia.


Faltando pouco mais de 15 dias, para ser mais preciso, na noite do dia 30 de maio de 2021, para início da competição em solo argentino, o país portenho resolveu que não reunia condições para realizar a competição dado o avanço da Covid-19 em seu solo e entre seus cidadãos.


Impossibilitada de realizar a competição na terra do Papa Francisco, a Confederação Sul-americana de Futebol foi “dormir” do dia 30 de maio para o dia 31 do mesmo mês, sem um local para a sua competição futebolística.


Foi “dormir” SEM e “acordou” COM!


Eis que no dia 31 de maio, por volta das 10 horas da manhã, horário de Brasília, a Confederação Sul-americana de Futebol já tinha uma sede para realizar todos os seus jogos: O BRASIL.


Isso mesmo, o Brasil vai realizar, de última, mas última, hora mesmo a Copa América 2021.


A referida Confederação conseguiu autorização do governo brasileiro para realizar a competição, que outros países não tiveram condições nem coragem devido a pandemia de Covid-19.


Nosso país, em tempo recorde aprovou e autorizou a realização da Competição, mesmo nós ostentando o triste número de sermos o segundo país do mundo em casos de morte por Covid-19 e de estarmos na eminência de uma terceira onda do vírus em nossas terras.


Vi ainda, uma grande emissora de televisão aberta, com seus profissionais “soltando” o verbo contra a realização da Copa América no Brasil, pois seria o aumento mais ainda e a proliferação da pandemia em nossas terras.


Passados uns dois ou três dias, a mesma emissora estava divulgando jogos das Eliminatórias para Coa do mundo de 2022, amistosos da Seleção Brasileira de futebol olímpico, jogos da Taça Libertadores da América e outros campeonatos locais.


A meu ver, o vírus não é transmissível nestas outras competições que ela transmite.


Esta notícia, triste para mim, só me faz relembrar da letra da música da Banda Legião Urbana que assim diz: “Nas favelas, no Senado. Sujeira pra todo lado. Ninguém respeita a Constituição. Mas todos acreditam no futuro da nação. Que país é esse?”


A resposta que tenho, é povo morrendo nos hospitais e em casa por falta de condições mínimas par enfrentar um vírus, com os governos alegando falta de dinheiro para compra de vacinas para a população e vamos gastar para receber uma competição de futebol para aglomerar mais e mais pessoas nos bares, nas ruas e até mesmo em suas casas e até mesmo alguns que irão para os estádios, se assim for permitido, ou para as portas dos estádios se não puderem entrar.


Somos o país que vamos gastar com força policial para garantir a segurança das delegações, nada contra tudo isso, mas que realizemos estes eventos desde que tenhamos condições de fazer e não neste momento tão difícil que nosso país atravessa.


Precisamos de vacina par ao povo poder voltar a ter esta normalidade que alguns pregam já existir.


Precisamos de um povo mais consciente das nossas necessidades de urgência.


Permitir esses eventos neste momento é a chamada política do pão e circo, já ficou para trás há muito tempo, desde o fim do Império Romano; política esta que nossos governantes ainda insistem em praticar, com a ressalva de que no nosso caso temos apenas o circo, uma vez que a população passa fome e esta aceita tais práticas com tamanha parcimônia.


Um povo que aceita tal situação, mas acham ruim quando alguém, no caso o Papa Francisco fala uma verdade sobre nós.


O Santo Padre não errou ao fazer sua colocação sobre nossos pensamentos e pretensões, pois somos assim mesmo: melhor ver o povo feliz com festas e partidas de futebol a ver este mesmo povo com educação, saúde e segurança de qualidades.


Repito que não sou contra a realização de eventos festivos em nosso solo, mas sou totalmente contra neste momento que estamos passamos, pois temos que gastar nosso dinheiro público com ações de combate a pandemia, à situação de calamidade que nosso povo atravessa.


Na atua conjuntura vejo nosso país igual ao navio Costa Concordia em 13 de janeiro de 2012 quando aquele naufragou, pois enquanto o navio naufragava, seu comandante, Francesco Schettino, batia em retirada para salvar sua própria vida, deixando o navio sem comandante.


Nossa diferença para o Costa Concordia? Lá morreram 32 pessoas, aqui no Brasil? Já morreram mais de 462 mil pessoas, só por Covid-19 até o dia 30 de maio de 2021, segundo dados do Ministério da Saúde.



José Salatiel Cordeiro Ramalho

Bacharel em Direito e em História com Pós-Graduação em História do Brasil

Gr.˙. 17

05 de Junho de 2021

 
 
 

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1 comentário


crismq2010
06 de jun. de 2021

Te amo

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